Software livre e desenvolvimento sustentável
por Richard StallmanMuitas organizações que visam promover o desenvolvimento disseminando o uso de computadores cometem um erro fundamental: promovem o uso de software privativo (não livre). Usar software privativo não é desenvolvimento; torna a sociedade dependente, não forte.
Softwares privativos como o MS Windows e o sistema Macintosh são distribuídos em um esquema para manter os usuários divididos e desamparados. Os usuários estão divididos porque cada usuário está proibido de compartilhar o programa com qualquer outra pessoa; eles estão desamparados porque os “planos” do software, o código-fonte, são secretos. Os usuários não podem alterar o programa de forma viável, ou mesmo verificar se ele faz o que o desenvolvedor diz (e nada mais que o desenvolvedor não disse).
A maneira de evitar ficar dividido e desamparado é usar software livre. O software livre respeita a liberdade do usuário. Especificamente, software livre significa que os usuários têm quatro liberdades essenciais: eles são livres para executar o software, para estudar seu código-fonte e alterá-lo para fazer o que quiserem, para redistribuir cópias e para publicar versões modificadas. O software livre faz parte do conhecimento humano.
Aumentar o uso de software livre torna a sociedade mais capaz. O software livre pode ser usado, compreendido, mantido e adaptado livremente por pessoas locais em qualquer lugar do mundo. Este é o verdadeiro desenvolvimento.
Em contraste, aumentar o uso de software privativo significa aprofundar a dependência da sociedade de algumas corporações nos países ricos. Software privativo é uma tecnologia secreta, que as pessoas locais estão proibidas de entender, proibida de manter, proibida de se adaptar e proibida de estender. Ele só pode ser usado sob o controle direto de uma única empresa, ou então de forma ilegal. Depender de software privativo não é desenvolvimento, é colonização eletrônica.
Para obter mais informações sobre software livre e o popular sistema operacional GNU/Linux, consulte www.gnu.org.
Publicado pela primeira vez em insnet.org em 2005.